Desejamos a todos um bom 2013, cheio de alegria, saúde e trabalho.
Como este fim de semana se celebra o Dia de Reis, aqui deixamos uma breve história desse dia.
Os Reis Magos são personagens
que vieram do Oriente, guiados por uma estrela, para adorar o Deus Menino, em
Belém (Mateus 2, 1-12).
Ignora-se a
providência dos Reis Magos, este episódio foi apenas relatado no Evangelho
de S. Mateus e, mesmo assim, de forma muito resumida e vaga. Só com o passar do
tempo, se foram acrescentando detalhes, para se sanarem as lacunas deixadas no
Evangelho em relação a esta história.
Posteriormente, a Igreja atribuiu-lhes o apelido de “Reis”, em
virtude da aplicação liberal que se lhes fez do Salmo 71,10.
Belchior (ou Melchior) seria o
representante da raça branca (europeia) e descenderia de Jafé; Gaspar
representaria a raça amarela (asiática) e seria descendente de Sem; por
fim, Baltasar representaria todos os de raça negra (africana) e descenderia
de Cam. Estavam assim representadas todas as raças bíblicas (e as únicas
conhecidas na altura: os semitas, os jafetitas e camitas. Pode então dizer-se
que a adoração dos Reis Magos ao Menino Jesus simboliza a homenagem de todos os
homens na Terra ao Rei dos reis, mesmo os representantes do tronos, senhores da
Terra, curvam-se perante Cristo, reconhecendo assim a sua divina realeza.
Esta ideia só surgiu no
século XVI, assim só a partir deste século é que se começou a considerar que
Baltasar era negro, de forma a que se pudesse abranger todas as raças.
Nota: Jafé, Sem e Cam
são os 3 filhos de Noé, que segundo o Antigo testamento representavam as 3
partes de mundo e as 3 raças que o povoavam naquele tempo.
Para além desta simbologia, pela cultura cristã, os Reis Magos simbolizam que os poderosos e abastados devem
curvar-se perante os humildes, despojando-se dos seus bens e colocando-os aos
pés dos demais seres humanos, ou seja, devem partilhar a sua fortuna com os mais
pobres.
Também em relação às idades
dos Reis Magos tudo são suposições sem nenhuma base histórica. Só no século XV,
se fixou que Belchior teria 60 anos, Gaspar estaria com 40 anos e Baltasar 20
anos.
Tem de se ter em atenção que
as características físicas e as idades dos Reis Magos variam consoante o autor.
O dia de Reis celebrava-se a 6 de Janeiro, partindo-se do princípio que foi neste dia que os Reis Magos chegaram finalmente junto ao Menino Jesus. Em alguns países é no dia 6 de Janeiro que se entregam os presentes.
Ao chegarem ao seu destino, os
Reis Magos deram como presentes ao Menino Jesus:
-
Ouro (oferecido por Belchior): este representa a Sua nobreza;
-
Incenso (oferecido por Gaspar): representa a divindade de Jesus;
-
Mirra (oferecido por Baltasar): a mirra é uma erva amarga e simbolizava o sofrimento que Cristo enfrentaria na Terra, enquanto salvador da Humanidade, também simbolizava Jesus enquanto homem.
Assim, os Reis Magos
homenagearam Jesus como rei (ouro), como deus (incenso) e como homem (mirra).
Coloca-se a questão de saber
como é que os Reis Magos associaram o aparecimento da Estrela com o nascimento
de Jesus. A verdade é que existem várias teorias, mas não há como saber qual
delas é a correta. Uma dessas teorias considera que os Reis Magos descobriram a
relação entre o novo astro e o nascimento de Cristo.
Mais explicações sobre esta
questão e outras relacionadas com os Reis Magos são dadas através de textos
apócrifos, isto é, textos não reconhecidos pela Igreja.
Contudo estes textos foram, de
um modo geral, escritos nos séculos II e III da era cristã, para preencherem
lacunas sobre a vida de Jesus e de outras personagens do Novo Testamento. Assim, o
objectivo destes era saciar a curiosidade religiosa, transformando o vago em
concreto, independentemente da veracidade dos factos, daí não estarem incluídos
nos chamados Livros Canónicos.
Simbologia dos Presentes (Ouro, Incenso e Mirra)
Como já foi dito, o incenso
simboliza o sacerdócio, o ouro a realeza e a mirra o sofrimento de Jesus na
Terra. Contudo, também se tem entendido que estes produtos simbolizavam as
várias idades do Homem: a juventude e fecundidade do trabalhador; a maturidade
do guerreiro; e, por fim, a velhice do sacerdote.
O imaginário medieval (época
muito propícia à criação de lendas) considera que o incenso, o ouro e a mirra,
levados pelos Reis Magos a Jesus, eram provenientes das terras lendário Preste
João, que ficavam ao lado do Paraíso Terreno. Esta lenda do Preste João
relaciona-se com a ideia de uma Sociedade Ideal, a criação de um Mundo Utópico,
um mundo justo, sem carências e sem violências.
Estes três presentes também
faziam lembrar o entendimento que na Idade Média se tinha da Santíssima Trindade:
o Pai era visto como o sacerdote, o Filho como o rei, e, finalmente, o Espírito
Santo como produtor.